"Meio que por acaso eu levei Seconda, 14 anos, ao seu primeiro show de rock em dezembro passado. Foi um daqueles casos de estação de rádio patrocinada, com uma programação de 10 bandas e 7 horas de show e eu comprei os ingressos assumindo ser Prima, de 17 anos, geralmente, uma irmã exemplar estaria disposta a ir com ela.
Mal pressuposto. Prima não tinha o interesse de ver nenhuma das bandas, não tem estômago para um show de 7 horas, e insuficiente devoção fraternal para apenas cerrar os dentes e ir ao show de qualquer maneira. A razão não mexe com ela. E a estratégica aplicação de culpa também não funcionou. Ela nem considerou um suborno.
Supondo que (mais uma vez, apenas uma hipótese!) uma garota de 14 anos prefiriria correr 1,6 km em águas infestadas de sangue-suga que ir à um show de rock com sua mãe, eu a propus outras 'escoltas'. Aquela tia legal sem filhos? Aquele primo viciado em Guitar-Hero? Talvez... seu pai?
Não, não e não. Por razões que ainda não consigo entender, minha filha fez minha cabeça de que se sua irmã não poderia ser persuadida a ir, eu era a pessoa ideal para levá-la. E assim aconteceu de eu ir em um show de 7 horas com 10 bandas. 9 horas e 20 minutos na verdade, contando o tempo que gastamos em pé na fila e em 20 minutos a coisa correu (e acredite em mim, eu estava contando).
Eu vi esses caras, mas não tenho ideia de quem são eles. No meu dia, as pessoas no palco pareciam o garoto George, ou talvez Prince. Hoje, todos estão assim, e você não pode distinguir um do outro.
Na verdade, a razão por eu ter ido ao show, foi a banda favorita de Seconda, Paramore. E para o início do show, em uma das bilhares de tentativas de animar a plateia, os organizadores nos lembraram da programação em telas gigantes: 'Daqui a pouco: Blah-de-blah, blah-de-blah, blah-de-blah… e Paramore.'
E quando eles disseram 'Paramore', minha filha de 14 anos gritou histericamente, totalmente sem ironia, como uma criança com a metade de sua idade. Era como se, até aquele momento, ela ainda não estava acreditando que o Paramore realmente estaria lá. Como isso tudo poderia ter sido provado por um jogo de luzes elaborado. Enfim, isso foi ridicularmente adorável e isso me fez mais feliz que qualquer outra 'escolta' que a levasse.
Eu também estou feliz por ter ido ao eventual set do Paramore, e então veio um momento meio goosebumpy. Eles tocaram primeiro - uma canção calma de amor que tinha sido sucesso de rádio - e o público, a maioria do qual parecia ser mulheres jovens e a maioria a qual parecia saber a letra, cantaram junto com eles. E quando chegou ao refrão pela segunda vez, a vocalista se afastou do microfone e o público continuou cantando.
"Paramore! Desses caras eu me lembro, porque a vocalista tinha o cabelo vermelho, era baixinha e mulher."
Suponho que isso não seja comum em shows de rock, mas naquele momento, parecia como um papel claro e amável do público na realização - conclusão - um pedaço da arte popular. O artista escreve a música, grava, a compartilha com todo o mundo, e ainda não está completa até que chegue à alguém cujo isso signifique alguma coisa. O público lhe concede então a última faísca; faz disso real, como um coelho de pelúcia.
Eu não acredito que todo tipo de arte funcione desta maneira, ou todo artista. Alguns artistas, tenho certeza disso, criam o que eles sentem, e espalham isso, e, enquanto eles certamente esperam que as pessoas gostem, esse não é realmente o ponto. Talvez eles sejam apreciados posteriormente, talvez não. Não importa. Eles responderam sua 'musa'.
Mas se tratando do gênero romance, como na música pop - eu acho que deveria falar por mim aqui mas eu vou generalizar, de qualquer modo - isso não funciona assim. Posteriormente e a 'musa' fica no banco traseiro, eu acho, para as pessoas reais que vivem neste planeta exatamente agora.
Isso faz o produto mais transitório? Mais descartável? Bem, talvez. Pense no Top 100 da Billboard, ou nas prateleiras da Barnes & Noble. Tem sempre algo novo para empurrar o que já estava lá pra fora do caminho. Considerando que ninguém nunca vá a Nona Sinfonia de Beethoven, ou Guerra e Paz.
No entanto, existe um valor, eu acho, neste contexto pessoal. Neste tipo de ligação especial entre o artista e o público. E para vê-lo, bem, isso é vividamente inativo - para testemunhar essa multidão de jovens que cantam essa música, com ressonâcia para demonstrar seu amor - isso me deu arrepios, e me lembrou do privilégio que é escrever a mais popular de todas as ficções, o romance.
Estou fora da base? Será que sai muito do foco? Isso é uma comparação entre a música pop e o romance original? Ou você acha que o show de 7 horas prejudicou meu espírito crítico?"
A essa declaração, Hayley Williams respondeu:
"Meu amigo Kim me mandou esse artigo que foi escrito sobre um de nossos últimos shows. E isso me fez, mais uma vez, estar muito agradecida por estar em uma banda e viajar o mundo todo pra tocar pras pessoas."
Tradução: Paramore and More
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